Cresceu no meio de problemas, de um casamento desfeito com uma mãe que rapidamente perdeu a paixão inicial que lhe tinha ganho. Ouvia ralhos, batiam-lhe e era muitas vezes apenas usada como uma empregadita. Cuidava dos irmãos, da casa e até fazia recados. Era tímida, tristonha mas com um sorriso de iluminar o céu.
No entanto ao oito anos era uma petiza responsável. Guardava dinheiro num pequeno cofrinho escondido, para um dia, quando tivesse fome, conseguir dar de comer a si mesma, e aos dois irmãos que recentemente haviam nascido.
Uma ida á mercearia provou ser-lhe fatal. Raptada primeiro, depois apenas desaparecida.
Joana morreu aos oito anos fruto da violência estúpida de uma mãe débil mental, e de um tio ávido de dinheiro mas parco em amor. Espancada por se recusar a dar-lhe pouco mais de dez euros. Foi essa a causa da morte de Joana. Morreu porque mãe e tio queriam dinheiro. Não um sorriso, amor ou palavras de apreço.
Morreu espancada.
Enterrada pela própria mãe que mais tarde veio, como uam pobre coitada, dizer à televisão que lhe tinham raptado a filha. Mais valia que assim tivesse sido. Teria sido certamente mais feliz.
Adeus Joana.
Chegou uma estrela ao céu.