
Foi com alguma surpresa que vi que George Michael tinha editado novamente um disco. Isso aconteceu há mais ou menos 2 meses. Comprei-o de imediato, embora durante 2002 e 2003 me tenha desiludido com o rapaz. Tudo por causa de uns singles desinspirados de nome: Shoot the Dog e The Grave. Parecia que o dom para tornar uma música algo inspirador e absolutamente vibrante lhe tinha escapado das mãos. Como simples areia a escorrer pela mão. É verdade que os vídeos continuavam a ser magníficos (Freeak é especialmente brilhante), mas era na música que desiludia. Teria-se esquecido como fazê-la?
Por isso foi com cuidado que coloquei no meu CD, Patience. É verdade que Amazing me havia supreendido pela positiva. Uma canção francamente pop, sem se levar muito a sério e que facilmente punha qualquer pezinho a mexer. Uma lufada de ar fresco que temia que não se repetisse no resto do disco.
É com muito prazer que posso dizer que me enganei!
É verdade que George deixou há muito a fórmula simples, brilhante e quase intoxicante de Faith, mas aqui conseguiu reunir algumas canções como há muito não o fazia.
A abrir está o triste Patience, um momento de instrospecção profundo, triste e que pode assustar quem pensava ir ouvir vários Amazings pelo caminho. Mas a capacidade de fazer um bom disco está na maneira como se chama a atenção de quem ouve... John and Elvis Are Dead é uma rebelião contra Deus feita em tom suave; Cars and Trains uma espreitadela ao que mais de novo se faz no mundo da Pop, enquanto Flawless(Go To The City) é pura música de dança- ainda que seja uma visita a um recente hit dos The One, com o mesmo nome- Precious Box é uma incursão curta a territórios ainda mais dançáveis enquanto Please Send Someone (Anselmo's Song) é um lamento de amor. è verdade que há uns fill ins pelo caminho... mas não é isso o costume num álbum de qualquer artista?
Ainda que as baladas pareçam que se repitam há sempre aqui e ali um elemento novo que nos faz prestar atenção ao que o artista ainda tem para dizer, depois de 16 anos a solo. Se é verdade que não é tão profundo como Older, é muito mais revigorante, com um sabor muito mais fresco e sem dúvida feito para não falhar. Os críticos podem detestar, mas quem gosta de música não!
Sei que prometi a mim mesmo deixar estas coisas para outro espaço, mas a partir de agora a minha opinião vai fazer-se unicamente neste espaço.
E dito isto...
venha de lá esse ácido sulfúrico...