E tão poucos para aquela carteira.
Foi com algum medo que peguei no jornal. Não queria que mais ninguém visse o que estava a fazer. Era como um momento secreto. Arranquei-o da banca com rapidez e coloquei-o de imediato na pequena mala que tinha a tiracolo. Segui com a minha vida.
Á noite, e sob a luz do candeeiro da cama abri-o.
A oferta era ilimitada. Loures, Sintra, Santarém, Odivelas, Évora...
Os preços também...
Passei a primiera folha, a segunda... a terceira.
O desanimo começou a percorrer o meu corpo. Então, não havia nada para mim?
A quarta já foi passada um pouco à bruta até que... yessssssss ali estava ela. Em Benfica, com o preço ideal e ainda para mais numa zona excelente... li rapidamente a descrição. Á última linha encontrei o desanimo: precisa de muitas obras. Droga!
Vi mais uma ou outra.
Nada me sorriu. Nada me fascinou. Nada de encontro á minha carteira.
Já vi que esta treta de procurar casa vai ser mais uma grande dor de cabeça.