Alexandre o Grande.
Um pedaço de história tornado mito.
Um momento do Universo transformado numa aventura épica, onde um homem sonhava conquistar todo um mundo. Um sonho que veria encurtado numa grandiosa batalha que mais tarde o mataria.
É a história de um combatente do século IV antes de Cristo, que Oliver Stone nos conta. A vida do mítico Alexandre, o Grande. Um filme que desde a apresentação até aos rumores prometia acima de tudo ser grandioso. No elenco contava-se Collin Farrel, Angelina Jolie, Anthony Hopkins, Val Kilmer e Rosario Dawson para além de Jared Letto. Uma constelação de estrelas sem igual que se entregou às areias da Túnisia para rodar aquela que podia ser a obra maior de Oliver Stone.
Uma promessa gorada para tristeza do realizador.
Não é que a história não esteja bem contada. Mas falta-lhe o toque de midas que tiveram Gladiador e Troia. Uma forma que prenda do primeiro ao último segundo, das três horas de filme, qualquer pessoa que adentre uma sala de cinema.
É difícil entrar na pessoa de Alexandre. Collin Farrel não nos permite a mínima identificação. E embora ele não se saia mal como conquistador semi enlouquecido, em busca de mais e mais, parece que falta emoção, força e grandiosidade ao personagem. Só nas cenas mais intimas o actor parece sair do turpor em que foi mergulhado para nos mostrar o verdadeiro Alexandre, um homem cheio de ideiais peregrinas, atormentado por uma mãe muito especial e por uma figura paterna que sempre o acusou de fraco. Um homem cheio de conflitos que só vê no amor e na amizade, nas batalhas e na conquista a única forma de fugir ao seu maior temor: o medo em si mesmo.
O filme não está livre de polémica. E não vão faltar risos idiotas nas multiplas salas de cinema onde estrear este épico. É que tal como reza a história (ou assim é contada há muitos e muitos anos por alguns historiadores, embora outros tenham já refutado esta teoria) Alexandre, tal como muitos Gregos, Macedónios e Persas, vivia o amor de forma intensa. Não só com as muitas mulheres que conquistou, mas com muitos homens. Aliás, costume que então não era condenado. Por isso não irão faltar cenas altamente sensuais e eróticas entre Collin e os seus amantes do sexo masculino, especialmente com Jared Letto, o que certamente causará muitos risinhos nervosos e momentos de repulsa pelas muitas sala deste pais, pouco dadas a este tipo de filmes de mentes livres.
No fim fica só a grande interpretação de Angelina Jolie como Olimpia- e que demonstra que para além de conseguir ser uma excelente Lara Croft ela também sabe ser, quando dado o papel, uma excelente actriz.- e as imagens de batalhas sem fim. De resto o filme parece arrastar-se pelas 3 horas , entre cenas homo eróticas e lutas sanguinolentas e pensamentos abstractos.
Vale a pena pela grandiosidade, mas não pela história em si que é contada de forma tropega e sem intensidade. Falta-lhe um cheirinho a épico...
Fico á espera da versão de Barz Lumman, com Nicole Kidman, Leonardo Di Caprio e outros. Os rumores apontam que só em 2006... por isso tenho tempo! Com esta versão...
7/10