Os Boys, já o deixaram de ser há muito tempo. 10 anos decorreram desde que os meninos se aventurararm no mundo da música, sobre o olhar hipnótico de Lou Perlman, e por isso o tempoos Boys agoram são homens. Por isso foi com curiosidade que espreitei o último dia da tourné Never Gone.
Quem passou os olhos pelas suas actuações passadas só podia esperar algo absolutamente exagerado, com explosões mil, coreografias sem parar, mudanças de vestuário a cada três músicas, milhares de miúdas histéricas, todas com menos de 15 anos prontas para saltar para o palco e, os mais desconfiados, muita desafinação.
O que se encontrou no Pavilhão Atlântico, no passado dia 11 de Novembro, foi algo completamente inesperado. Tal como os Backstreet também os seus fãs cresceram...e se diversificaram. Embora o pavilhão estivesse aquém de estar cheio, talvez devido à falta de promoção deste novo disco, que dá o nome à tourné, parecia que estava tudo sintonizado na mesma onda. Mas em vez de ver milhares de adolescentes, maioritariamente do sexo feminino, o que se viam eram mulheres na casa dos vintes, trintas e até quarentonas, casais apaixonados- com ou sem filhos presentes- e muito mais homens do que seria de esperar. E esta não foi a unica coisa inesperada neste noite... Ao contrário do que é habitual, o palco não estava centrado, mas colocado do lado esquerdo, pois não era suficientemente grande para caber no nosso, pelos vistos, gigantesco Pavilhão Atlântico. pelos vistos não havia dinheiro para mais...
..E logo quando a coisa começou viu-se que, apesar das fãs histéricas se terem feito notar ao fim de 30 segundos, que os boys afinal sabem mesmo cantar. Afinal é ai que está o segredo de dez anos de longevidade. The Call abriu as hostilidades. Mas contrariamente do que seria de esperar, não havia fatos exuberantes, nem explosõs constantes. Aliás, embora eu saiba que aquela roupinha que os rapazes envergavam não era certamente da Gap ou da feira- parecia ter sido escolhida cuidadosamente, para nãpo sobressair. O que está ali para ser valorizado são as vozes. Depois, aAs coreografias são relegadas para quarto plano, pois pois é a harmonia conseguida pelos cinco rapazes que lhes anda a valer discos e discos sem fim. Ninguém desafina minha gente...nem no palco, nem na plateia, que apesar, de não estar repleta, sabia as letras de cor, mesmo as do último disco. Era mesmo frequente que tapassem tudo e todos mostrando estar em forma.
Nick, Howie, Kevin, Brian e AJ percorreram todos os seus hits. Nenhum ficou de fora. All I Have To Give, Shape of My Heart, Everybody, isto só para menconar alguns. E como boa banda que são, porque foi nisso que se tornaram, descobriram que a fórmula correcta não está nas músicas energizantes capazes de esgotar qualquer voz, mas nos mid tempos, que fazem sobressair aquelas vozes que cresceram e muito...o ponto alto e que mostra que isto é mesmo verdade são as canções More Than That e o hino aos anos oitenta Just Want You To Know.
Claro que como qualquer acto Pop, há sempre tempo para os raios lazer do cortume, meia dúzia de explosões pirotécnicas, muita conversa com os fãs, agradecendo-lhes vezes sem conta o facto de os terem apoiado até ali a carreira. Mas isto mesmo assim está lá apenas como efeito decorativo. É mais engraçado ver toda a relação que se desenvolve em palco entre os membros dos Backstreet Boys, sempre prontos paa uma palhaçada aqui e ali... afinal já se conhecem há muitos e muitos anos, como foi possível de ver nos muios videos que foram passando, sempre que os rapazes quiseram descansar a garganta por três minutos.
Claro que não estamos aqui a falar de nenhuns amadores. Por isso, e como mandam as regras da música Pop, a sedução faz parte do prato forte destes cinco rapazes...embora as fãs saibam, há muito, que dois deles já estão casados e não querem largar as suas mais que tudo por nada deste mundo- até as trouxeram com eles. No entanto as fãs tentam... não faltaram soutiens, peluxes, rosas, bonecos e t-shirts a voar para o palco, especialmene quando Nick Carter ou AJ se aproximavam mais da barreira de segurança ou a saltavam...(o beijo que o menino louro deu a uma das suas fãs certamente a irá fazer recordar esta noite para o resto da sua vida)...afinal eles são os mais cobiçados.
Mas voltando á vaca fria...
O melhor de tudo no entanto são as músicasdo último álbum. É ai que se sente que a energia mudou, que a banda está mais em sintonia que nunca. Weird World, Incomplete e Just Want You to Know demonstram isso na perfeição. Pegar na guitarra e tocar piano revela também que a banda quer deixar a imagenzinha dos anos noventa e partir em outra direcção...se as vendas e a editora os deixarem.
Em suma, quando Everybody e Incomplete- com a sala a gritar em plenos pulmões a canção que mais tocou nas rádios europeias este ano- esgotaram as últimas forças dos rapazes, estava acabado um dos melhores espectáculos do ano,que brilhou, pelos artistas e não pelo espectáculo em si mesmo.
As fãs querem mais...vamos ver se a banda resistirá até lá!