Há 22 anos atrás, um senhor chamado Manuel Arouca escreveu um livro chamado, Filhos da Costa do Sol. Não é uma obra de arte mas está bem escrito. É simples, um pouco misógeno, talvez um pouco deslavado em algumas circunstâncias, mas talvez isso se deva ao facto da minha pessoa não ter ainda nascido, em 1973, quando a acção do livro se inicia.
Há uns meses o senhor Moniz, dono da estação a que todos chamamos TVI, resolveu incumbir o escritor de dar nova lidela na sua obra de arte- que desde já adianto foi um best seller nos anos oitenta- e dar-lhe um toque inovador, adaptando assim a obra para uma novela.
O que Manuel Arouca fez, foi pegar numa história jovem, cheia de gente cheia de gana e radical, com muita força política, e muita filosofia, e transformá-la numa pastilha elástica chata, sem sabor e que vai durar meses! Manel, Manel!
Tu e Eu, como se chama a novela é chata. Não há persongens engraçadas e a história em si não tem força. Começou já mal encarreirada e o comboio ainda não entrou totalmente em descarrilamento....
A acção é aborrecida, sem nexo e pouco chamativa. Pior contrasta com a excelente qualidade de Tempo de Viver, o que faz até doer a alma quando uma hora depois se hora para o desenchabido Tu e Eu.
Além disso o que não faltam são erros de iluminação, racord, de casting e até de sonorização. É burrada atrás de burrada como não se via há muito tempo. Já nem os Morangos tem tanta asneira! É uma desilusão. Mais, o autor que quis ser tão fiel á sua obra, criou algo...completamente diferente. Os diálogos não tem garra, as personagens regra geral estão histéricas, demasiado emotivas ou sem saber bem onde cair...salva-se no fim de tudo o elenco mais novo que dá cor á coisa, e a Marta Melro que faz a sua primeira protagonista com alguma força de vontade. Mas amigos, nos dias de hoje, isso já não chega!
Entre os protagonistas contam-se Marta Melro (que faz uma coitada, mas com jeito), Daniela Ruah (uma vilã mazinha, mas que precisa de toques...talvez ela apanhe o jeito lá mais para a frente), Fernanda Serrano (que está demasiado histérica e evidente num papel que tinha tudo para a fazer brilhar!), Gonçalo Dinis (Que escapa há chacina de asneiras), António Pedro Cerdeira (que se esqueceu o que é representar de verdade e faz apenas aquilo que lhe é devido) , Barbara Norton de Matos (uma desgraçada sempre grávida que mesmo assim consegue fazer um bom papel), João Reis (mal, mal, mal), Albano Jerónimo (visivelmente cansado e com pouca garra), Duarte Guimarães (um canastrão de primeira apanha!), Paula Neves (com um personagem tão minimo que nem sabemos o que realmente faz na história), Francisco Corte Real (que ainda não aprendeu a representar e que deve ter um padrinho muiiiiiiiiiiiiiito bom para ali estar), Cristovão Campos (que safa um papel simples), Rita Seguro (senhores, bradai aos céus) e tantos e tantos outros. A perfeição vai no fim para Igor Sampaio que realmente tem um papel como há poucos.
Enfim...mais uma tragédia à portuguesa.
(Ah, a foto que se segue é da Serrano, porque não acho quase em lado nenhum fotos da Marta Melro com jeito!)