Ás oito e meia ouço ao longe uma buzina. O som vai aumentando até se tornar tão insuportável como uma buzina dos bombeiros, quando há fogo. Lentamente e á força lá abro os olhos. A cabeça dói-me. E não é de ontem, ter ido para a farra. O corpo grita, a boca sabe a seco... em segundos chego à conclusão: continuo doente! No entanto, e porque não se pode ser sempre feliz, chego também à conclusão que hoje não posso ficar em casa: entrevista importante a caminho. Mas porquê?! Não podia hoje ser sexta feira e eu ficar em casa a curtir a minha semi gripe?!
Arrasto-me até à casa de banho para ver se as coisas melhoram. O banho ajuda, mas assim que a água deixa de cair, bem quentinha, em cima de mim, o corpo volta a queixar-se. Porque é que não ficas em casa, pede ele? Realmente porquê? Quem me manda a mim ser responsável, querer continuar a provar que consigo ir mais longe do que realmente posso? Este vício tem que acabar. Antes de sair de casa fica a promessa no ar: Para a próxioma fico em casa! Vamos ver se a cumpro...