Estar de férias leva-me quase sempre, mais vezes, ao cinema. É inevitável, mas acho aquelas salinhas escuras uma excelente companhia. Ali posso mergulhar em vidas mais emocionantes, meter-me em riscos incalculáveis e em dramas de alcofa, sem que nunca saia verdadeiramente magoado do que acabou de acontecer.
Ontem a convite da amiguita Catita lá fui ao Alvaláxia. Filme apetecido: Blood Diamond. E este é sem dúvida um dos melhores filmes do ano. Um imenso murro no estômago , que nos faz pensar sobre o estilo de vida que levamos. É um filme onde a vida humana vale menos do que nada. O que interessa sim, são diamantes...
A acção decorre na Serra Leoa...um pais repleto de miséria, onde raramente as pessoas se ajudam entre si, e onde impera a loucura, a violência e há um parco valor pela vida. Tudo se troca, compra e mata. As pessoas não são pessoas...são objectos para se conseguir chegar mais longe, ganhar mais dinheiro, matar mais depressa.
Blood Diamond é um filme verdadeiro, cruel, mas sem dúvida belo em emoções e na capacidade de chocar. Subitamente, ao sairdaquela salinha escura somos, ainda que brevemente, levados a pensar nas nossas acções, no nosso dia-a-dia...
Nomeado para os Oscares, de melhor actor, actor secundário e melhor filme, era natural que de alguma forma duvidasse do merecimento da nomeação para algumas das categorias. Mas na verdade não há qualquer dúvida. Está tudo lá... e até Leonardo Di caprio, que poucas vezes conseguiu convencer-me ser um excelente actor, mudou completamente a minha forma do encarar. Brilhante. Prestação igualmente fabulosa é a de Djimon Houdson, na procura de um filho perdido num pais, que é mais perigoso do que uma selva cheia de predadores insaciaveis...
Outra nota: as lagrimazitas da Catita...tadinha... mas eu compreendo.