O destino traça o fado das pessoas. Um é bom...outros é uma lenta e triste canção. Para outros porém, o prémio é o limbo.
Não é de destino e de fados que quero falar aqui...apenas de escolhas.
Há meses atrás fui surpreendido por uma confissão de uma pessoa que me era chegada. A revelação não era chocante, mas explicava o motivo porque aquela pessoa tinha decidido desaparecer para o mundo. Tentei perceber a razão daquela subita invisibilidade a que se tinha devotado, mas não consegui. Explicou-me que em pouco tempo voltaria ao "activo" e que não iriam faltar oportunidades para nos voltarmos a ver.
Isto foi há 4 meses!
Não morreu, não cometeu um assassinato... nem foi presa.
Aquela pessoa simplesmente desapareceu. O próprio telefone, outrora sempre pronto para ceitar chamadas, ficou completamente indisponível. Deixar mensagem na caixa de correio não adianta de nada. É apenas gasto de dinheiro.
Tentei perceber a razão do continuado sumiço. Não houve. Não há.
Terá o destino decidido pregar-me uma partida e, de alguma forma, ter-me afastado, também desta pessoa? O que motiva alguém a seguir um rumo diferente daquele que sempre apregoara, quando na realidade não existem motivos para tal?
Pensei, durante muito tempo, que era o único a queixar-me. O único que desaparecera da sua lista de contactos, da sua cabeça, da sua mente. Cheguei a ponderar se não teria feito algo de errado?! Eu tenho o hábito de, sem querer, por vezes, dizer a coisa mais errada. Depois comecei a perceber... aquela pessoa não tinha apenas sumido da minha vida mas do mundo. Quem a conhecia já não se lembra como ela é. Quem a via deixou de o fazer. Apenas sabemos que continua a trabalhar...mas até ai parece ter fugido dos colegas.
O que motiva alguém a mudar a sua vida radicalmente, e simplesmente desaparecer para o mundo....e sem deixar rasto?
É inegável que há quem goste destes truques, deste desejo de ser querida, desejada para depois aparecer, como uma estrela de hollywood, pronta para contar os dramas porque passou. No entanto, esta pessoa de que falo não é assim... ou não era!
O que irá um dia surgir por detrás do nevoeiro que se tornou a sua existência eu não sei. O que temo é...
Estarei ainda por cá à espera?