Pelos vistos hoje deu-me para ser franco.
Ontem à noite, sinceramente os Gato Fedorento, não me deixaram a rir. Faltava qualquer coisa. Estava, como os próprios dizem, fraquinho, fraquinho, fraquinho!
Por isso, de volta e meia saltava até à SIC e dei por mim a prestar atenção à reportagem do novo ídolo português: Cristiano Ronaldo.
E o que vi deixou-me estarrecido.
Em Portugal, quando alguém atinge uma projecção internacional de renome tapam-se todas as falhas e nódoas. Seja a longo prazo ou para sempre. Mas o certo é que a pessoa passa a ser perfeita, uma lutadora, alguém acima da média... mesmo quando e todos o sabem, no melhor pano cai a nódoa
Não nego que Cristiano Ronaldo seja um rei dentro das quatro linhas do futebol, que o é, mas a verdade é que há mais para dizer sobre o rapaz. E aquela reportagem de ontem, nesses aspecto foi um fracasso em informação! Afinal, fora das quatyro linhas pouco ou nada se soube sobre quem é na verdade Cristiano Ronaldo!
Se os primeiros minutos foram feitos com algum rigor, sobre a sua infância, família, primeiros passos, a sua entrada para o Sporting e até a sua realização pessoal em Portugal, os que se seguiram deixaram muito a desejar. A partir dai, salvas raras excepções o assunto foi bola, bola, bola, bola... como o rapaz é bom, fantástico, como nunca desiste, como até nos piores momentos resiste... mas reportagem que é bom...nicles batatoides.
Afinal...onde estavam assuntos tão marcantes como:
A pobreza da família durante tantos anos e as dificuldades que tiveram em enviá-lo para Lisboa (foi passado um pano e falou-se tão levamente que ao fim de 15 segundos o assunto estava esquecido)
As reacções do rapaz à separação dos pais (que é público que foi marcante)
A dificuldade extrema que teve em adaptar-se a Inglaterra (também público)
A dependência que ganhou á irmã, mãe e cunhado por não conseguir falar inglês (abordou-se o assunto tão de raspão que parecia que ele, agora, já é um letrado em línguas)
Os vícios, as compras, as loucuras de um jovem de 22 anos (que tem e não são poucas)
As mulheres que já passaram pelas suas mãos, entre elas a nossa cara Mercê Romero, que segundo os jornais e o próprio o marcaram seriamente pessoal e profissionalmente (algumas de verdade, outras pura expeculação)
A forma como ele lidou com a falta de privacidade (nem sempre da melhor maneira)
E podia continuar por aqui durante algumas horas
Se a SIC quer aprender a fazer reportagens de carreira, o melhor mesmo é sentar-se a ver um Behind the Music, ou Behind the Stars do VH1...isso sim, é fazer uma boa pesquisa!
Venha dai esse fel!