Ao andar pela noite de Lisboa nunca me senti realmente ameaçado. Já tive um sustito ou outro, mas felizmente tudo não passou disso mesmo: um susto.
Porém, também não sou de me meter à doida por ai, nos piores bairros da zona, e quando há confusão, garanto que me vejo fora dali rapidamente. Não sou cobarde, mas tenho amor á minha pele....
Contudo hoje a coisa podia ter corrido mal.
Deixei uma amiga no metro, e imediatamente assim que cheguei ao corredor que me levava à estação que pretendia, senti-me vigiado. Quatro pares de olhos não me largavam, mas não percebia porquê.
Um era alto e desengonçado ou outro parecia ter saido daqueles filmes antigos, que retratam a gente de Alfama dos antigamentes. Feio que nem breu, baixinho e com ar de mau.
Assim que pus os pés na estação em si mesma não me largavam.
Eu ia para a direita...eles também. Eu ia para a esquerda eles seguiam alguns minutos depois. Estava marcadinho!
Senti-me tenso, nersoso e quase desisti de ir de metro e me meter num taxi. Mas não havia grandes hipóteses, pois pensei que se saisse dali seria seguidinho e depois...já sabem como é... Escapa, parecia não haver!
Por isso mesmo entrei no metro.
Mas ia meio cá meio lá. Os meus olhos não largavam aqueles dois tipos estranhos que tinha, eu imaginado, me iam assaltar assim que pudessem.
Ia assustado, não nego e a imaginar como na minha estação lhes escapar. Imaginei diferentes cenários, mas confesso nenhum era propriamente muito feliz. Tinha a certeza que ou era mesmo rápido e ágil ou estava...feito!
Mas ás vezes a sorte sorri-nos!
Para minha sorte entraram os cobradores. E eles foram apanhadinhos na rede. Escapei, mas garanto que o meu coração ainda bate bem depressa.
Chiça!