Depois de um almoço em família dei por mim com 2 horas sem nada para fazer antes de regressar ao trabalho. Sim...até já ao fim de semana não me largam.
Assim e como estava na baixa, dei por mim a deixar-me perder pelas muitas ruas da capital.
Todos sabem que sou alfacinha de gema, e que adoro Lisboa, mas ontem, sem destino deixei-me vaguear entre lojas, ruas e ruelas sem destino. Foi uma espécie de transe que me fez andar, por aqui e por ali....
Durante anos ouvi as pessoas a queixarem-se de como a nossa baixa está a ficar despovoada e despersonalizada, mas foi exactamente o oposto que ontem encontrei. Da velhinha na janela, que procura a coscuvilhice do dia, ao vendedor das deliciosas castanhas, passando pelo homem estátua, e as lojas de criadores nacionais, uns caros outros nem por isso.
Pessoas em grupos, sozinhas, aos pares, centenas passeavam por aquelas ruas, umas de máquinas fotográficas em punho, outras apenas deliciando a vista com os próprios olhos. Todos sorriam...ou pelo menos aparentavam sorrir. Havia alegria no ar, como numa canção country de final de verão...apesar do sol estar a pregar partidas.
Foram duas horas de voltas e voltinhas que deixaram a minha cabeça mais clara.
Uma terapia que não custou um tostão!