Quando me perguntavam o que queria ser quando fosse grande- já foi há uns anos, confesso- disse, cedo, que queria ser jornalista.
Não passei pela fase do polícia e a do professor deve ter durado pouco mais de um ou dois dias. Cheguei a pensar virar-me para a fotografia, mas depois acabei por desistir. E fui para escriba.
10 anos depois...sim, dez...
Já sou escriba há 10 anos e hoje- ok, talvez há uns meses- comecei a achar que não sei se vou ter paciência para o ser muito mais tempo. Estão chocados? Eu não!
Começa-me a irritar ter que falar da vida dos outros, do que se passa no mundo, de ter que saber sempre mais um bocadinho que o comum dos mortais... de ter que ter fontes, de ter que conhecer pessoas, de ter que...
Será assim tão horrível descobrir que me estou a desiludir da profissão ao fim de apenas 10 anos? E que vou fazer a seguir se acho que pouco mais sei fazer que aquilo?
Hoje estive com um entrevistado que me disse que sempre que muda de lugar- e já mudou algumas vezes- transforma-se e agarra uma nova profissão- a de actor é recente- e que até adquire novas formas de falar, de agir... tudo para não se fartar nunca do que quer fazer. Diz que o faz porque não tem pena do passado e que só pensa no futuro...
Isto dá que pensar porra!