Onde todos podem uivar o que quiserem... vejam por mim!

02
Jun 08

Eu já escrevi isto à uns posts abaixo, mas cada vez fico mais chocado.

No meio da maior crise financeira que este pais já atravessou- tachas de juro a dispararem, preços da gasolina pela hora da morte, um governo ineficaz, uma justiça cheia de buracos, com tudo a ficar cada vez mais caro- as atenções de todos, deste povo cego, viram-se quase hipnoticamente para o Europeu.

E tal como no antigamente- sim, no tempo do senhor Salazar que tinha aquele lema: Fátima, Futebol e Fado... lembram-se?- o povo esquece todos os dramas para se atirar de cabeça para ver os seus meninos queridos. Aqueles que ganham milhões e que se estão puramente a cagar para os problemas do pais, pois isso não os afecta, por muito que finjam que sim.

 

Não digo que os rapazes não tenham o seu mérito. Isso seria hipocrisia, e isso é coisa que este blog não tem. Mas o que me espanta é a atenção histérica que se lhes está a dar, quando deviamos estar concentrados em outras coisas. O exemplo fatal está a ser dado pelas televisões que no dia 1 de Junho- O dia da criança, lembram-se também?- passaram mais de metade do dia- senão mais- a darem o percurso dos craques de Lisboa até à Suiça.

Seguiram-se mil um directos- especialmente com o povo a falar do seu orgulho, da vontade de ver Portugal a ser falado lá fora e mais uma centa de outras parolices similares- sobre a reacção dos portugueses a viverem na Suiça sobre o que iam achar de lá terem os seus meninos.

 

Verdadeiramente vergonhoso.

Não quero dizer que fechemos os olhos a este acontecimento, mas torná-lo o centro das atenções numa altura como estas...

O governo vai esfregando as mãozinhas. 

Desde  30 de Maio que o pais esqueceu os seus dramas: Começou com o Rock in Rio, segue-se um mês de Euro, em simultâneo com as festas de Lisboa, seguem-se as férias e... só lá para Setembro Portugal vai acordar de mais um sono forçado e descobrir o que realmente aconteceu. E então poderá já ser tarde demais para a bolsa de muitos que se perderam a sonhar com o Europeu e outras patetices em vez de fazer este governo pagar pelas idiotices que tem feito.

Não me falem em orgulho de ser português e de por bandeiras em casa. Neste momento o orgulho devia estar de luto. Porque quando um pais deixa morrer quem pensa... morre toda a gente!

publicado por Psyhawk às 23:29

 

Não vale a apena falar dos problemas do Rock in Rio, até porque não há necessidade. As coisas tem melhorado de evento em evento e nota-se que a organização se esforça- ás vezes em vão- para que as coisas corram bem.

Este ano o medo da chuva também não ajudou às vendas que tenho a certeza seria muito superiores às que estão a ocorrer- apesar dos números serem impressonantes e de no primeiro dia se ter chegado, dizem uns, aos 100 mil...

(A verdade é que com excepção do dia da criança aquilo pareceu sempre lotado de gente. Xiça!)

 

But on with the show...

Eu tenho estado lá. Dia após dia e tenho visto do melhor e do pior.

Se o primeiro foi marcado pela desgraça chamada Amy Winehouse- 55 minutos atrasada, um performance vergonhosa e um aspecto de fazer medo ao susto- e por um Lenny Kravitz muito sensaborão, o segundo foi bastante melhor.

 

Para mim foi melhor porque finalmente e após 13 anos voltei a ver Bon-Jovi. Fã desde Slippery When Wet (ao terceiro CD... disco... estava conquistado) há muito que ansiava pelo regresso da banda a Portugal.

Até agora os meus anseios não tinham sido atendidos, até ao Rock in Rio (thanks cara Medina)

A banda está no seu melhor.

Apesar de ninguém ir para novo, e a voz de Jon Bon Jovi estar longe da performance de 1995, tudo o resto foi absolutamente sensacional. E só mesmo uma banda com os créditos dos Bon-Jovi para agarrar todo um recinto- cheio até deitar por fora- à segunda canção.

Mas também os rapazes não são parvos e sabem que a fórmula usada- algumas canções novas no meio de  muitos, mas mesmo muitos hits- ajudam a vender bilhetes e a colocar o público a cantar em uníssono (bastou ver I'll be There For You, Have a Nice Day, Always, You Give Love a Bad Name, It's My Life, Livin'on a Prayer...)  

Eu falo por mim que fiquei rouco.

Cantei canção após canção saltei,  gritei, assobiei...Brilhante, brilhante.

QUERO MAIS!

Para mim até agora o momento alto do RIR.

 

Mas não foi só.

Embora tenha a certeza que em espaços mais intimistas- Coliseu ou Pavilhão Atlântico- Joss Stone seja ainda melhor que num espaço tão aberto, a jovem encheu-me de curiosidade. Simples, bem disposta e com canções orelhudas, lá foi ela disparando hit atrás de hit- que já são mais do que duas mãos cheias- do seu R&B pausado, mas com frescura no ar. Aquela voz é um doce.

Quero vê-la outra vez

 

 

publicado por Psyhawk às 23:12

- Fazemos 10 horas de emissão de jogadores a irem para a Suiça

- Tentamos saber os mais pequenos pormenores dos craques da selecção

- Vamos ver todos os festivais de música existentes

- Fugimos de férias para o Algarve

 

E esquecemos

 

- Que o pais está na miséria

- Que o desemprego não para de aumentar

- Que a gasolina nunca esteve tão cara

- Que a justiça é mais lenta que um caracol

- Que somos gozados costantemente

 

Como se pode ver... são só razões para astear bandeiras nas nossas varandinhas

publicado por Psyhawk às 14:58

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