Eu já mencionei aqui uma vez, que a minha presença numa paragem de autocarros, atrai o maior número de gente parva, não já? Eu sei que sim...da última vez referi como as pessoas, enquanto estou de phones, tentam falar comigo à força, mesmo que hajam mais de 10 pessoas no mesmo local, capazes de dar a mesma ou ainds amelhor informação que eu.
Hoje tive uma variação deste tema. Estava eu entretido na habitual paragem a caminho do trabalhito, e entretinha-me a ler um livro. Não era o primeiro da fila nem o último. Estava ali no meio, entretido com a minha vida e mergulhadíssimo no meu belo compêndio até que subitamente...
- o 21, para na Estefãnia?
Olhei, por acaso, pois achei, que sendo eu, o único ocupado a fazer alguma coisa naquela fila, a senhora, de cerca de 50 anos, não me estava a perguntar aquele disparate a mim...
Enganíssimo...
- Para não para?, voltou a perguntar
Tentei mostrar estar ocupado, especialmente porque estava a ler...e em inglês (não sou cool???). Isso, porém, não a reteve de voltar a perguntar, desta vez cotucando-me no braço. Acho que suspirei bem alto, fazendo ar de irritado, por me estar a interromper daquela maneira tão deseducada. E quando me preparava para lhe dizer alguama coisa, eis que a senhora começou a contar a vida dela, porque estava ali, porque é que fazia a pergunta... uma infinidade de coisas, que de manhã, confesso, não estou preparado para ouvir. Lamento! Não estou! E quando finalmente se calou, ia responder-lhe, dizendo-lhe que não, que merda do autocarro não passava pelo sítio que ela queria... quando a senhora me virou costas e se foi embora...
Confesso que por momentos tive um vaipe assassino na minha mente. Por breves segundos pensei que seria óptimo ser o Chacal, o temível assassino, e ali, acabar com a vida da mulher. Felizmente encontrei a minha paz interior e esta lá escapou com vida... não sem antes, a ter que voltar ouvir fazer a mesma pergunta a um outro rapaz que estava duas pessoas antes de mim e que lhe respondeu, embora não ao que ela queria... pois ela voltou a chatear mais duas ou três pessoas até perceber que o autocarro não passava naquele sítio.
Pessoas como esta deviam ser mortas a tiro! Há gente com uma lata!