A verdade é que quando era pequeno estava sempre a dizer que nunca queria um emprego num escritório, pois não queria que a minha vida se tornasse uma monotonia das nove ás cinco da tarde.
Sentia que ia perder a identidade e transformar-me numa especie de máquina sem vontade própria.
Descobri, com o tempo que não podia estar mais errado. Que cada um faz o que faz e que não devemos tirar conclusões pricipitadas. Agora, que faço algo muito parecido com o que sonhei (não é bem perfeito mas está longe de não ser) quando era pequenote, vejo que tempo que é bom para aproveitar o bom da vida não tenho realmente. Está todo concentrado para me dedicar ao trabalho. Até os amigos por vezes são deixados para trás com telefonemas breves e sem tempo (essa maldita palavra que tenho a certeza a inventaram há pouco mais de 10 anos) para muito mais do que uma visita de médico. Uma verdadeira vergonha.
Mas é a vida que descobri aos trinta e da qual dificilmente me livrarei. Aos que notam a minha ausência peço desculpa. Tentarei recompensar todos, de uma forma ou outra. Mas ando mesmo sem tempo para me coçar!