Como um colega meu diz: tanto fazes que um dia vais levar a ripada. Claro que ele diz isto, porque deficiente como é, gostava de me ver no chão a verter um bocadinho de sangue.(querido...primeiro hei-de ver-te eu a ser corrido daquele emprego)
Mas seja como for...
Esta semana houve um bocadinho de tudo e talvez por isso é que não tenha conseguido escrever aqui fosse o que fosse.
O pior mesmo foi, por causa desta minha profissão...
Pela primeira vez fui ameaçado fisicamente. Avisaram-me que me iam partir todinho. Ainda para mais por uma coisa que nem tinha feito. Eu bem tentei explicar mas a voz do outro lado do telefone- foi tudo via telelé, que as ameaças agora são modernas- mas os ouvidos estavam mocos a qualquer explicação. Nada de nada. Confesso, que por ser quem era- e não vale a pena mencionar nomes- até que fiquei nervoso.
Mexia comigo. Como é que as pessoas se passam por coisa nenhuma e tomam actos tão irreflectidos sem sequer quererem avaliar a verdade?
Digo-vos, aqui, que até cheguei a pensei ir à polícia. Afinal, era uma ameaça física.
Mas o meu pai, que tenho a certeza que num filme de western seria o John Wayne, dispôs-se logo a tratar do cebo do certo gajo que me ameaçava. É verdade. Eu que lhe contei apenas por contar vi-o transformar-se num herói de banda desenhada pronto para desfazer os mauzões. Ele até elaborou um plano. Até estava arrepondido de lhe ter contado o que quer que fosse!
Mas depois esqueci tudo.
Deixei-me vagar no sono e acabei por acordar de manhã não muito preocupado. Afinal, como diz o ditado, cão que ladra não morde.
E assim foi.
De manhã recebi uma mensagem com um pedido de desculpa do ameaçlador e duas horas mais tarde um telefonema humilde e quase de hulilhação com um pedido de desculpa, que confesso aproveitei pois queria também, por momentos senti-me na mó de cima.
Enfim...um dia dos namorados diferente.
Agora deixarei de o ver esta data apenas como o dia dos beijinhos e abraços irritantes, que polvilham este pais, mas também como o dia em que há gente que enlouquece e toma medidas extremas...mesmo sem razão.!