Olá cá estou eu... e não sou o brize continum...lembram-se? Pois eu lembro...
Mas não é disso que quero falar. Não senhor.
Pois está uma pessoa satisfeita porque vai poder comprar algumas coisitas de marca por um valor menor quando subitamente é considerada quase párea da sociedade. E mesmo antes de as comprar.
Estava eu ai num centro comercial aqui do burgo, quando satisfeito, ao olhar para a montra vejo que aquele casaquito que custava milhões agora estava mesmo ao preço que eu gostava. Dou um passo e entro na loja...e sou brindado com trezentas campainhas sonoras, gritantes e logo a seguir uma enorme manápula de um segurança.
- Passa-se alguma coisa?- perguntei meio aparvalhado
- O senhor tem ai um objecto que não lhe pertence. Posso ver o seu saco?
Referia-se à minha mala de trabalho.
- Não!-disse irritado com o tom acusatório do ser da manápula.
- Então não pode entrar na loja. Lamento mas se persistir sou obrigado a chamar a polícia. Tem um objecto que não pagou na sua posse.
Fiquei atónito!
Ok, como tanta gente na minha puberdade, que já lá vai o tempo, fanei uns chocolates e umas maçãs... mas esse tempo já lá vai...há "canos"!
- Ok... pode ver a mala, mas se não estiver ai nada...
- Então o senhor tem-na vestida. Ou escondida. Acontece muito. Lamento mas não vai poder continuar a entrar...
Nesta altura estavam já uma série de pessoas a olhar para mim. Claramente tinha cara de larápio.
A discussão com o segurança prolongou-se alguns minutos. Ele insistia que eu tinha algo que não me pertencia. Até que a senhora da loja, já claramente aborrecida com a situação veio ter comigo. E, delicadamente e em segundos percebeu o que raio ali se passava...
- Pode mostrar-me a sola dos seus sapatos?
Mostrei. Colada a uma delas, um papelito vermelho, antigo como só deus sabe...
- Pois...deve ter pisado isso antes de entrar aqui...isso é um alarme! Tire-o lá.
Tirei-o. Tentei passar a porta e desta vez já não apitei.
- Isso são loucuras da Zara. Estes alarmes nunca são bem desativados... E muita gente nunca os tira. Depois um dia, os papeis caem, reactivam-se, andam pelo centro comercial semanas a fio ao deus dará e se alguém os pisa e tenta entrar em algum sítio tem uma recepção sonora
- Sonora e não só, disse eu, porque aqui o gorila estava a tratar-me como um criminoso. E nem tinha provas
A coisa ia continuar, garanto porque a minha fúria estava a subir, até a senhora pedir-me desculpa e obrigar o deficiente do segurança a fazer o mesmo, apesar de muito contrariado
E assim passei por ladrão sem o ser