
Viajar na carris é sempre algo entre o místico, o aterrorisador e o estranho. Nunca uma viagem é igual à outra e quem quiser escrever um livro, garanto-vos que ali achará estórias mil para páginas sem fim. Especialmente se viajar pelo 10! Primeiro há que não esquecer que a sua viagem oscila entre os Olivais, Chelas, Marvila, Olaias e bairros afim. Por isso o mais natural é encontrar algumas pessoas sui generis no mínimo...e uns quantos adolescentes, como os que vi na minha viagem, que tentam imitar os jovens do Brooklyn de forma deplorável e que por isso, acham que em cada frase de 5 palavras 3 tem que se asneira da grossa. Além disso devem falar para todo o autocarro ouvir, fazer piadas badalhocas e de mau tom, e no fim gritar antes de sair do veículo... mais ou menos como se comportam na casa deles, na jaula do Zoo.
Enfim é uma espécie de tragédia grega interminável, que dura aproximadamente 40 minutos, mas que parece prolongar-se por uma vida. Aconselho a quem viajar nesta "carreira" a usar a tradicional mola do nariz para não ter que lidar com nada desagradável. Claro que podia haver um menos tradicional assalto, mas felizmente a isso fui poupado. Ao menos isso. A viagem é que é tão interminável que se esquecermos tudo e todos- e garanto-vos que é mesmo difícil- podemos dormir um sono justo.
Quem quiser viver na selva...é uma excelente experiência!