
Com o passar do tempo chegamos à conclusão que não vamos viver rodeados de pessoas para todo o sempre. Acho que é esse o principal ensinamento que Crónus nos dá. Eventualmente a solidão apanha-nos, e quase sempre, desprevenidos. Quem estava cá deixa de estar. Os que nos davam atenção, passam a ter outras preocupações. E assim vemos a nossa vida andar lentamente por um caminho único, onde apenas o vento, as horas e o sol nos fazem companhia. Ao fundo ouvem-se vozes...mas com o tempo, vão sendo mais raras e, as que avisam estar para chegar, transmitem, eventualmente, estar ocupadas com outros afazeres e não nos podem dispensar aquele minuto. Estão a viver a vida delas! E assim vamos andando, estrada fora, lentamente, porque a pressa é inimiga da perfeição até lhe encontramos um fim. Ai, descobrimos, ainda que de forma etérea, que as vozes estão ali todas presentes... a maioria para dizer bem...outros para recordar o mal. Somos acarinhados e amados. Odiados e enjeitados. Mas só então lembrados!!
Sempre sonhei que a vida seria um mar de gente. O tempo ensinou-me que a maré está baixa e que a travessia de barco está cada vez mais díficil, por isso é melhor ir aprendendo a percorrer a vida só...