Aos 33 anos não tenho tempo para perder com programas a meio termo. A fase não é recente mas cada vez acho a vida mais preciosa e não admito deixar-me aborrecer, chatear ou deprimir com algo que podia ter sido absolutamente fabuloso...
É como se me estivessem a roubar anos de vida.
E a verdade é que sinto que já perdi alguns. Deixei-me embrulhar por desejos, por vaidades, por coisas que realmente não importavam e aos poucos fui perdendo o meu rumo. Fui deixando-me viver sem realmente aproveitar. Sem realmente escolher e crescer...
Se bem que nunca quis ter uma vida comum também não queria perder a carruagem. Mas viver neste meio termo não é fácil e o compromisso que obtemos com nós próprios nem sempre me facilitou a vida.
Por exemplo, deixei o meu coração empedrecer para não me magoar mais. Já nem sei há quanto tempo não me apaixono de verdade. Que sinto o coração bater à velocidade da luz e quase explodir. Ás vezes ele dá sinal, mas depois é abafado pelas curcunstâncias da vida... que levam sempre a melhor.
E agora que penso...fazia-me bem voltar a sentir cheio de borboletas no estômago, e com uma vontade de viver para alguém...
Por outro lado quis aproveitar a vida o mais possível. gozar cada segundo, seguir as modas, ver o que me rodeava, viajar (embora nunca até muito longe)... mas sem exagerar (terá sido esse o mal?). Dei por mim por um lado a ser criticado por não crescer e por outro por querer ser alguém que não sou. Hoje, por vezes penso que nem sei bem quem sou eu.
Se vou para a esquerda ou para direita...
Dei passos errados nas horas certas e passos certos nas horas erradas. Frase cliché sem dúvida mas que me marcaram muito os últimos anos.
Ora vejemos...só agora saio de casa, mas pelo menos faço-o de barriga cheia e com vontade. Por outro lado deixo o conforto a que me habituei numa hora que talvez, as pessoas que me rodeiam mais precisam de mim...
Sinto-me a viver no limbo da vida.
Numa neblina sem fim e para a qual não existem janelas, luzes ou quaisquer pontos de poio.
Gostava de lá sair...de fugir para longe e aprender a ser quem sou e a viver como quero.
Mas a cabeça está confusa, os medos são muitos...